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Foz do Rio Doce, no ES, vira área de proteção ambiental após ser atingida por rejeitos de Mariana

Área fica entre Linhares e Aracruz, no Norte do Espírito Santo. Entre os objetivos, estão a proteção de espécies ameaçadas e a promoção do desenvolvime...

Foz do Rio Doce, no ES, vira área de proteção ambiental após ser atingida por rejeitos de Mariana
Foz do Rio Doce, no ES, vira área de proteção ambiental após ser atingida por rejeitos de Mariana (Foto: Reprodução)

Área fica entre Linhares e Aracruz, no Norte do Espírito Santo. Entre os objetivos, estão a proteção de espécies ameaçadas e a promoção do desenvolvimento sustentável de comunidades tradicionais. Foz do Rio Doce, em Regência, Linhares Fred Loureiro/Secom-ES O Espírito Santo ganhou uma nova Unidade de Conservação federal na semana em que se comemora o Dia do Meio Ambiente, no dia 5 de junho. A Área de Proteção Ambiental (APA) da Foz do Rio Doce tem 45.417 hectares entre as cidades de Linhares e Aracruz, no Norte do estado. Outras duas unidades também foram criadas no Paraná. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp A área capixaba é a maior das três criadas nesta terça-feira (3), após publicação de decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Elas foram propostas pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A APA Foz do Rio Doce foi criada como parte do acordo judicial para reparar os danos causados à população pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 2015. "Esse decreto vai permitir uma governança da pesca na região, ordenar e manter características artesanais da pesca. Agora, a área vai ser gerida por um conselho, que contará com participação do público que usa a região, como comunidade quilombola e pescadores. Vai ser uma gestão federal, mas com participação local", explicou o analista ambiental do ICMBio e chefe da Reserva de Comboios, Antônio de Pádua. A região da foz do Rio Doce abriga uma das mais ricas biodiversidades da costa brasileira, com 255 espécies de aves, 47 de anfíbios, 54 de répteis e 54 de mamíferos. A área também é importante para espécies marinhas ameaçadas, como o mero, a toninha, a tartaruga-de-couro e a tartaruga-cabeçuda. A foz do Ro Doce também é a única área continental de desova da tartaruga-de-couro no Brasil, dando à APA papel estratégico na preservação da espécie. Foz do Rio Doce em Regência CBH Doce/ Divulgação A criação da Área de Proteção Ambiental vai permitir que a comunidade, que engloba pescadores, comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas desenvolvam atividades sustentáveis enquanto protegem o ambiente na região. "A gente avalia a importância da criação dessa APA de várias formas, desde a proteção de espécies, como algumas ameaçadas, mas também importância econômica para as pessoas da região, oferecendo uso racional desses recursos, para que possam durar. Enfim, a ideia é ordenar o uso do território", disse Antônio de Pádua. Possibilidade de instalação de instituto federal Segundo o coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação das Tartarugas Marinhas e Biodiversidade do Mar do Leste do ICMBio, Joca Thomé, junto à criação da APA há a expectativa da instalação de um instituto federal voltado para a atividade econômica da Foz do Rio Doce. "A gente espera coroar esse processo também com a provável instalação do Instituto Federal de Educação com o tema Economia do Mar, que vai capacitar todos esses jovens às profissões do futuro, inclusive relacionado às atividades portuárias que tem no entorno dessa comunidade, zona de processamento de exportação. É importante para o Estado e importante para a região também" afirmou. Gigante do mar: vídeo exclusivo mostra maior espécie de tartaruga do mundo desovando em praia do ES A criação da APA no Espírito Santo complementa a proteção já existente na Reserva Biológica (Rebio) de Comboios, criada em 1984, cujo território é restrito ao continente. LEIA TAMBÉM: Após 9 anos, metais do desastre de Mariana chegam às baleias no litoral; 'desastre continua acontecendo', diz pesquisador VÍDEOS: pescadores encontram animais doentes e deformados no ES; pesquisadores associam à lama do desastre de Mariana Contaminação no Rio Doce e Regência está maior que no auge do desastre no ES Área de Proteção Ambiental (APA) da Foz do Rio Doce, entre Aracruz e Linhares, no Espírito Santo Reprodução/Google Maps/Ministério de Meio Ambiente Duas unidades também no Paraná Além da APA da Foz do Rio Doce, o decreto também criou duas unidades no Paraná: Faxinal São Roquinho (com 1.231,50 hectares) e Faxinal Bom Retiro (com 1.576,54 hectares). Elas têm como objetivo preservar o que restou de florestas de araucárias e assegurar melhores condições de vida para os povos faxinais. Esses povos faxinais são comunidades tradicionais que criam animais soltos em terras coletivas, principalmente porcos, e são uma importante fonte de renda e alimentação. A região também é rica em araucárias, erva-mate e pinhão, recursos usados pelas famílias locais. Após 9 anos, metais do desastre de Mariana chegam às baleais no litoral do ES Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo

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