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Assessor de vereador de Guarapuava atuava como 'laranja' em esquema de propinas exigidas por policiais do PR, diz Gaeco; entenda

Jean Carlos Pereira Campos é suspeito de receber propinas exigidas por PMs e, posteriormente, repassar os valores aos envolvidos no esquema. Homem foi preso em...

Assessor de vereador de Guarapuava atuava como 'laranja' em esquema de propinas exigidas por policiais do PR, diz Gaeco; entenda
Assessor de vereador de Guarapuava atuava como 'laranja' em esquema de propinas exigidas por policiais do PR, diz Gaeco; entenda (Foto: Reprodução)

Jean Carlos Pereira Campos é suspeito de receber propinas exigidas por PMs e, posteriormente, repassar os valores aos envolvidos no esquema. Homem foi preso em operação na terça (3). Jean Carlos Pereira Campos foi alvo de operação do Gaeco Reprodução/Redes Sociais A investigação contra um esquema de policiais militares do Paraná que exigiam propina de motoristas aponta como "laranja" dos suspeitos Jean Carlos Pereira Campos, assessor parlamentar do vereador de Guarapuava Cristóvão da Cruz. A informação é de Pedro Papaiz, promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público e responsável pelas investigações. De acordo com o promotor, Jean Carlos era o responsável por receber as transferências via Pix que os policiais exigiam de motoristas para evitar a aplicação de multas. Depois de pegar os valores, ele repassava o dinheiro aos policiais. ✅ Siga o g1 PR no Instagram ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp Durante a operação que revelou o esquema, realizada na terça-feira (3), o Gaeco cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Jean. Segundo a corporação, na residência foram encontrados itens como munições de calibre .40 e pistolas de airsoft, por exemplo. Por isso, o assessor parlamentar foi preso em flagrante, por posse ilegal de armas/munições. Em nota, o advogado José Adilson Rodrigues, que representou Jean Carlos no pedido de liberdade provisória, informou que o benefício foi concedido e que ele deve ser solto ainda nesta quarta-feira (4). "Provavelmente, depois de colocado em liberdade ele deverá contratar um novo advogado para o caso", disse, ao g1. Em nota divulgada nas redes sociais, o vereador Cristóvão da Cruz disse que desconhecia qualquer ato praticado pelo assessor fora do exercício das funções dele e do horário de trabalho, "especialmente no que diz respeito aos fatos investigados na operação". "Diante das informações divulgadas e da gravidade dos fatos, o vereador comunica que determinou a imediata exoneração do referido assessor. Ressalta ainda que não compactua, sob nenhuma hipótese, com condutas que contrariem a legalidade, a ética e o interesse público", diz o texto. O g1 questionou a Câmara de Vereadores de Guarapuava se o assessor foi exonerado e aguarda resposta. Leia também: Preso 'por R$ 500': Homem é suspeito de forjar o próprio sequestro e mentir que estava sendo ameaçado de morte para tirar dinheiro da mãe, no Paraná Latrocínio: Homem mata fazendeiro e ateia fogo no corpo dele em roubo de trator no Paraná, diz delegado VÍDEO: Mulher grávida é atacada por mais de dez cães em Curitiba No total, o Gaeco investiga 20 pessoas e três empresas no caso – tanto por exigirem propina de motoristas, quanto por saques e desvios de cargas de veículos acidentados. Dentre os suspeitos, 11 são policiais militares, sendo sete do batalhão de Polícia Rodoviária da Polícia Militar do Paraná (PM). Durante a operação, foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão em Guarapuava, São José dos Pinhais, Prudentópolis, Pitanga, Laranjeiras do Sul, Ponta Grossa, Mauá da Serra, Cascavel, Pinhão e Manoel Ribas. Entre os itens apreendidos, estão cerca de R$ 37 mil em espécie, dois veículos, celulares, armas registradas e não registradas e outros itens. Os nomes dos outros suspeitos não foram revelados e o g1 tenta identificar as defesas deles. Quem é Jean Carlos Jean Carlos Pereira Campos foi alvo de operação do Gaeco Reprodução/Redes Sociais De acordo com o Portal da Transparência da Câmara de Vereadores de Guarapuava, Jean Carlos Pereira Campos trabalha na casa desde 2021. No sistema, consta que ele atuou como coordenador de gabinete parlamentar entre janeiro de 2021 e janeiro de 2025 e, desde fevereiro de 2025, é assessor de gabinete parlamentar. As informações mais recentes do Portal da Transparência também apontam que ele recebe um salário bruto de R$ 6.280. Nas redes sociais, Jean Carlos ressalta o trabalho da Polícia Militar e de outras forças de segurança públicas do Paraná. Entre os posts, há fotos vestindo o uniforme de uma empresa de instrução de armamento e tiro. Operação do Gaeco mirou policiais 29 mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelo Gaeco nesta terça (3) Gaeco A operação do Gaeco foi chamada de "Rota 466" porque, segundo o Gaeco, as investigações focam em ações criminosas realizadas pelos policiais na PR-466, rodovia que liga Guarapuava a Pitanga. De acordo com o promotor Pedro Papaiz, os policiais investigados são das cidades de Guarapuava, Pitanga, Ponta Grossa, Laranjeiras do Sul e Manoel Ribas. Três suspeitos estão na reserva e oito são policiais na ativa. Por enquanto, eles foram afastados das ruas e alocados em serviços administrativos da PM. Ele explica que o foco inicial foram os policiais militares lotados no posto rodoviário estadual que fica próximo ao distrito de Palmeirinha. No entanto, durante as investigações foram descobertas conexões entre outros policiais e saqueadores, afirma Papaiz. "O que a gente notou foi que os policiais ali lotados acabaram mercantilizando o posto; eles estavam usando as suas funções para enriquecer licitamente", aponta o promotor. As investigações apontaram que os policiais abordavam, "sistematicamente", condutores que eram flagrados em alguma infração administrativa de trânsito e exigiam propina para que eles não fosse feita a autuação e aplicada multa. Segundo o promotor, centenas de transações financeiras suspeitas foram identificadas e cerca de 50 pessoas foram ouvidas. As investigações iniciaram há cerca de dois anos e identificaram mais de 30 crimes, diz Papaiz. PM afasta policiais suspeitos de exigir propina em rodovia O que diz a PM Em nota, a assessoria de comunicação da Polícia Militar do Paraná ressaltou que a Corregedoria da corporação prestou apoio à operação do Gaeco e ressaltou que as diligências incluíram buscas nas residências e locais de trabalho dos investigados, bem como o afastamento cautelar de suas funções públicas. "Procedimentos administrativos e criminais foram instaurados para a apuração rigorosa dos fatos, garantindo aos envolvidos o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa, conforme preconiza o devido processo legal. A PMPR reitera seu compromisso institucional com a legalidade, moralidade e transparência, e segue firme na identificação e repressão de condutas incompatíveis com os valores da corporação", afirma a nota. Ao g1, a PM também afirmou que o afastamento das funções por determinação judicial ocorre com o propósito de não atrapalhar as investigações que ainda estão em andamento e, por não ser uma punição, os policiais continuam recebendo os salários normalmente. Vídeos mais assistidos do g1 Paraná: Leia mais notícias da região em g1 Campos Gerais e Sul

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